FIM DO VERÃO
Esta palmeira é a expressão evidente do estado do céu este Verão. Cheio de ultra-violetas chamusca tudo em que pousa, sobretudo se estiver num sítio desabrigado.
Na verdade, aqui no Norte, quase não houve Verão. A 1ª semana foi boa, depois o tempo virou e ficou encoberto 15 dias seguidos, e quando finalmente voltou foi de pouca dura. Dez dias bons em trinta e um possíveis.
Adoro passear pelo campo e ver a natureza no seu melhor todo o ano.
Estas bolotas de sobreiro são um maná para esquilos. Infelizmente já extintos nesta área, estão a preparar-se para regressar (se deixarem, o que duvido).
Tenho visto é cada vez mais aves de rapina, e hoje ouvi e vi milhafres num local onde já não apareciam à quarenta anos.
Isso quer dizer o quê?
Com a estação adiantada, muitas plantas já estão a dar fruto. Observei que há um grande desperdício com os caprichos do clima, mas vale tudo (como sempre assim foi).
Estes cogumelos na despensa são impróprios para consumo. Decompõem, inconscientemente, a celulose deste tronco oco, e vão acabar com o tempo por o transformar em pasta de papel, para o pequeno-almoço.
Na natureza nada se perde: tudo se transforma. - "Lavoisier".
Esta raiz é o conselheiro do dia para mim.
Por muito difíceis que sejam as circunstâncias da vida, há sempre a possibilidade de resistir às agruras de estar-vivo. E embora o fim seja igual para tudo e todos - acabarmos em ruínas - devemos agradecer o facto de termos tido uma oportunidade de andar por este planeta magnífico.
O país está como estes muros, a minha vida profissional também, e não sei em que ombro vou chorar no futuro.
A ironia é que "homens não choram", o que me deixa num beco sem saída.
Sem comentários:
Enviar um comentário