domingo, 29 de março de 2015

O exterminador de palmeiras

               O MATADOR DE PALMEIRAS


   Quando o vento mudou para Oeste começou a trazer para a costa humidade excessiva para as palmeiras, e o resultado foi a morte. Mas não foi a humidade que as matou.


   É estranho vermos uma coisa "como assumida" começar a desaparecer de repente à frente dos nossos olhos. Quem algum dia pensaria que as palmeiras iam morrer quase todas. Só as washingtonas é que se safam. E as Yuccas.


   Tal como vieram, partem abruptamente, clandestinamente de regresso à terra.


   E é desta forma que um belo dia acordamos, para cortar as palmeiras escanzeladas e meio podres. O ambiente fica menos tropical sem elas (mas na prática não passam de árvores decorativas). O fruto (as tâmaras, dendém ou bagas) não desenvolvem o suficiente para serem comestíveis.


   Coitada. Até está verde, doente, incurável. Os jardineiros especializados não têm tido mãos a medir para as deitarem abaixo.


   Apresento-vos o culpado pela morte das palmeiras - o escaravelho-rinoceronte (ou um primo). É um belo exemplar de insecto (para coleccionadores).
   See you.

segunda-feira, 23 de março de 2015

NORTADA

              NORTADA DE PRIMAVERA


  
 Tenho a mania de começar os meus blogues com a Lua: - a mãe da Terra, e esta é elegante.



   Esta é a self da feira, exigida pela gorda, e estas não são nada elegantes. De qualquer maneira têm de se cobrir bem para aguentar semelhante ambiente. Aqui o vento é cortante, mas à pior.



   Devido às restrições do Governo acerca do plástico, este aqui goza com o assunto, dançando ao ritmo do vento Norte.



   Aqui nada se aguenta em pé. Até as gaivotas fugiram para o interior.



   O barco de pesca navega numa tempestade de areia. Será que vamos ter um ano ventoso? Se for o caso, é uma grande seca.



   Fecho este pequeno reparo como comecei. Com um quarto-crescente. 

segunda-feira, 16 de março de 2015

                  A seis dias da PRIMAVERA

 
  Já se nota o vento da mudança, infelizmente ao contrário: está a vir de Norte, e isso não traz calor. Mas pelos vistos, para a natureza, isso é subjectivo. Duma forma ou de outra esta acaba sempre por encontrar alternativas.                                                                         


   Há flores e flores. Mas todas são milagres da cor e da forma, do clima e da acção dos seres vivos.


   As coisas mais simples são as mais bonitas, e este postal é prova disso. A delicadeza da cor, a simplicidade da forma, o envolvimento...


   Esta magnólia é difícil de ver com frequência por aí, motivo pelo qual aqui a mostro.


   Chamo a esta planta "orelhas de elefante", e todo o processo da sua vida é admirável pelas diversas fases por que passa. Só visto.


   A beleza é inexprimível em palavras. Para a maior parte das pessoas isto não lhes diz nada: para mim são os deuses a falar.


   Esta é a flor do pessegueiro.


   E esta é a flor da macieira. Até se come com os olhos. Venha a Primavera (e o Verão). Toda a gente está cansada deste Inverno frio prolongado.

domingo, 8 de março de 2015

 WHERE COMES DE SUN


   Esta mancha amarela é um dos grandes símbolos da chegada do bom tempo à nossa terra: São "mimosas" em profusão, mais do que nunca, uma acácia que se deu bem com o clima.
   Quando era criança este tipo de árvore abundava por todo o lado (Portugal era uma mancha verde) e nesta altura ficava assim, com enormes hectares de território de várias cores. E quando se passeava debaixo das árvores com a floração a acabar, a chuva de fragmentos intensamente perfumados enjoava.

  
   Adoro esta planta, apesar de ser acácia. As acácias não dão mais do que isto. Uma breve colheita generosa de flores ricas em pólen. Mas a prima não é melhor.


   Isto é a Austrália, a planta de mais rápido desenvolvimento na nossa terra. Nasce e cresce compactada como sardinhas numa lata, e dão-se todas bem. Pelo menos até começar a competição a sério. E não demora mais de três anos para ter sete metros.
   Cheirosa, aos cachos, boa como vedações corta-vento, para fazer estacas e regalar os olhos.
   Verde e amarelo, à Brasileira.


   As árvores de fruto nativas acordam e espalham o seu perfume. Não o notamos, mas os insectos regalam-se: sobretudo as abelhas. É pena é haver cada vez menos, e as que existem, a maior parte está ao abandono. Nem se dão ao trabalho de apanhar a fruta no Outono.
   Cada botão é uma jóia. 


   Desta vez acho que apanhei a macieira em cheio, repleta de flores e com boa luz. Este ano está bom para a agricultura. Choveu muito, agora está a vir um Sol mais ou menos limpo de UV, e a natureza está a responder bem. Isso é bom (para quem vive ligado à terra). Para os citadinos é mais um ano a passar.
   Fora a vantagem evidente para a saúde, passear pela natureza é um privilégio - já quase não a há por estes lados - e sempre que posso vou para o meio dela.


   Podia passar a noite no paleio, mas prefiro desejar-vos uma noite de sonhos cor-de rosa.