segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

INVERNO 2014
       

Esta é a Lua de Dezembro, fria como gelo, apesar de ninguém se poder queixar muito disso: do frio. No entanto, pessoalmente, acho que ele ainda não chegou em força. De qualquer maneira ainda estamos, tecnicamente, no Outono. O Inverno só começa a vinte e um, ou dois, e estamos a oito. O que o clima tem de pior para mim é não me deixar beber a cerveja fresca, o que me causa uma certa azia na boca, me incha o fígado, levanta a pele da ponta dos dedos e seca os lábios (e a pele em geral). Mau, mau que chegue, no entanto não a deixo descansada. Pobre moi, desleixado e burro, que não consegue controlar os seus vícios de merda.

 
Como foi vastamente comentado, este ano choveu a potes e durante muito tempo, e a prova está aqui. Desde a minha infância que não via tanto musgo fresco, gordo e luminoso como este ano. Até faz pinturas abstractas por todo o lado: no chão, nas paredes, nos barrancos, e à luz directa do Sol, coisa que o musgo não gosta muito.
Gosto muito de musgo, o melhor filtro de água do planeta, e um belo tapete, quando fica dourado. Tive a sorte me me sentar num, no meu sítio de poder (debaixo d´água) no Rio Zêzere. Fofo e confortável. 



Esta imagem quente é de cogumelos frescos. Abomino a minha ignorância nesse capítulo, porque acho que perdi uma fêzada este ano, sobretudo neste fim-de-semana. Acho que estes são bons para comer, mas não sei (nem dá para arriscar) e em caso de dúvida é melhor esquecer. Nunca vi tantos juntos, numa pequena área que habitualmente nunca teve nada. Conheço muito bem o sítio, porque passeio por lá regularmente. Na verdade foi o instinto que me convenceu a andar para trás, à procura de azevinho, e lá estavam eles por todo o lado, de várias espécies, feitios e estados de conservação. Também adoro cogumelos, sobretudo num guisado. Os melhores que comi na vida foi numa quinta isolada em Conhaque (ou em St. Seurin du Cadourne) durante umas vindimas. 


Esta é uma amostra da riqueza da nossa terra, colorida e brilhante, como deve ser o Natal que se aproxima e do qual vou tratar já de seguida. À tarde fui cortar duas carochas de pinheiro, e entreti-me a apanhar um pouco de sol no "alto do Picão" enquanto cortava umas austrálias para fazer estacas e prestava serviço público. Para quem não sabe, as austrálias são uma espécie de praga vegetal, ocupando rapidamente qualquer tipo de terreno disponível em quantidades industriais. A ponta do pinheiro já está instalado num vaso, aqui mesmo ao meu lado, e vou de seguida decorá-la com as fitinhas, luzinhas, bolinhas, pais natais e sei lá que mais.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

CINEMA


A imagem em movimento é como uma droga, sobretudo se for muito colorida. 
   Tal como os canídeos, reagimos ao movimento, e a curiosidade é uma das chaves de sucesso do Ser Humano (e do macaco). Eu bem queria ver se fugia a isso, mas sou tão macaco como um Orangotango. Só não sou ruivo. 
   A fotografia e o cinema são vícios da minha família, sobretudo do meu pai. Quando era bebé e depois criança, muitos eram os sábados à noite (e outras noites) em que ficávamos ao cuidado da minha avô para eles irem ao cinema tranquilos. Quando nasci dormia na sala, e via televisão só com um olho deitado na cama. Também só havia um canal a preto e branco e fechava às dez da noite. Fui um felizardo.
55 anos depois sou outra coisa. "Agora" sou o alquimistacibernetico@gmail.com, o que quer dizer que estou na idade dos computadores, onde tudo é possível, e o mundo está todo lá dentro (na minha perspectiva - 12%), longe de o ser, mas a caminho. 
   Na prática, este tipo de tecnologia é o que mais se vende actualmente. No entanto há coisas de acesso grátis; informação global dos amigos (e dos amigos dos amigos), e das sete artes em geral (com sorte e habilidade) - música, cinema, TV, documentários... 


O curso demora quatro anos a tirar, mas só tive acesso a uma bolsa de metade; o resto está inacessível ainda. De qualquer maneira já é muito filme: perto de quinhentos DVD´s com quatro cada. Eventualmente mais tarde pesco a outra metade - para curtir, e passar o tempo frio a ver o planeta onde nasci; quem cá vive e viveu, e o rumo que isto leva para o futuro. 
   Acabei de ver X,Y,Z com Elizabeth Taylor e Michael Caine, com muito má qualidade de imagem e sem legendas, antes de ligar a aparelhagem e me pôr a cantar Espinho - A cidade mais peripatética do Universo, até empancar (psicologicamente). Ainda não foi desta (pudera): com quatro páginas de texto não vai à trac. A este ritmo tenho filmes para dez anos, mas na verdade o verdadeiro frio ainda não veio; curiosamente demora a vir, para ser mais concreto. Este ano está quente, demasiado para as nossas necessidades. Daqui a dois dias começa Dezembro, e o aquecedor continua na garagem.

 
Quando surgiram os clubes de vídeo eu ainda não estava suficientemente desperto para o que viria a seguir, e foi, abrir um a cem metros de minha casa - do Eric, um Holandês casado com uma Portuguesa. Ao mesmo tempo o meu cunhado conheceu um vizinho maluco no prédio novo para onde se mudou e surgiu o Gaspar, um segurança-nocturno numa fábrica, perito em pintura da Ponte de D. Luis e computadores (programação, programas, sistemas...). O Gaspar instalou o descodificador e o Eric alugou os filmes, até fechar a loja. Até um ou dois filmes Holandeses clássicos sem legendas ele me emprestou, fora o resto. Gajo porreiro. A mulher é que era uma bruxa.
Quando o Clube Hollywood fechou (do Eric) passei para o de Lamas, e claro, rapei os filmes que me interessavam até fechar. Até originais comprei a dois euros, mas fiquei triste. Pensava que estava lixado e não tinha acesso a mais nada, quando descobri em Espinho outra loja quando num dia  fui comprar uma lâmpada e a vi. Como ficava longe de casa a logística foi apertada, mas com tempo e dinheiro saquei tudo o ela tinha a meu gosto, até fechar. O dono tinha dito que tinha outra loja em Esmoriz: fui a Esmoriz atrás dela, mas quando lá cheguei já era... Fui também ao clube do S.Pedro, em frente à linha da CP de Espinho, mas os donos eram tão caretas e esquisitos, que só de olhar para a cara deles me dava náuseas; fora o facto de tentarem fazer de mim parvo - campónio (ou qualquer coisa do género). Que parôlos estúpidos. Não tiveram direito a nada.
As bibliotecas são a salvação seguinte.
   Já não me lembro bem se alguém me disse, ou eu fui visitar a biblioteca atrás de enciclopédias sobre flores (para as catalogar). O que é certo é que vi prateleiras cheias de filmes e passei-me. Cinema e concertos de musica. Ihi....God-zut. Maravilha.      Inscrevi-me imediatamente e inscrevi a mulher, para poder levar o dobro de livros e filmes, e vai agora. O Clint Eastwood que o diga. Isto em Santa Maria da Feira. A loja que fornece material para o meu trabalho fica a cem metros de distância da biblioteca. Conveniente, não? 
Mas tudo se acaba (também não durou muitos meses), até ser substituída pela de Espinho, durante outros tantos, e shau.
Em princípio, quando se olha para uma prateleira recheada como esta, parece que temos filmes para toda a vida, mas isso é treta. Há ali filmes que já vi três e quatro vezes, mas como tenho uma memória fotográfica hiper-activa, basta-me ver uma vez com atenção para nunca mais esquecer. Claro que tal benefício não é tão favorável como parece: tenho de andar continuamente atrás de novidades, para me entreter e levar a vida. 
Uma coisa leva à outra, e com a ajuda do Gaspar saltei para a Internet, para o mundo da informação e do conhecimento (mais ou menos) disponível, e com a ajuda dos meus apontamentos arquivados de consultas antigas à história do cinema, à espera de poderem germinar (como uma semente - do conhecimento) passei à acção através do Pirate bay (e se acreditasse em Deus diria - graças a Deus, pela Baía dos Piratas), o servidor mais louco do planeta. God bless the Pirate bay.
E aqui estou, sempre insatisfeito (como um macaco) à espera da nova novidade, numa odisseia sem fim.







segunda-feira, 17 de novembro de 2014

                                    VEM AÍ O FRIO

   Parece que estou finalmente a acabar de descarregar filmes clássicos através da internet para consumo caseiro. Dezenas ou centenas de horas de pesquisa, recolha de dados em várias línguas e abordagem ao sistema depois, durante anos, está na altura de sentar o traseiro e curtir a 7ª. arte. 
   Neste momento está a acabar o filme dos "The Who" - the kids are alright - e by Job. Hoje em dia as pessoas são feitas de merda, sem músculo nem genica, criatividade e loucura. 
   Comparo a gente moderna a bacalhaus - secos ou mais graúdos, demolhados ou insípidos - tesos. Nostalgia do Natal que se aproxima?
   10 pacotes de cinquenta, a multiplicar por uma média de 4, dá 2000. Eventualmente será essa quantia que estou pronto a usufruir na intimidade do lar durante o Inverno. Terror, ficção, farwest, comédia, musica, história, costumes... Quantos... Sem grande custo. Claro que nem tudo é um mar de rosas. Traduções, qualidade e calibre da imagem no monitor, o assédio permanente de gajas a tirar a roupa no canto direito do écran (um incómodo estúpido que não consegues apagar) e a seca habitual com a rede, às vezes rápida, e outras... (apetecia-me dizer uma asneira). Dou muito valor ao tempo, e o computador é um ladrão desse valor.
   Sei por natureza que o cinema não é para toda a gente. Como a literatura. A maior parte das pessoas quando começa a ler um livro, ou a ver um filme, passados vinte minutos está a bocejar, a cabecear, e acabam por adormecer (mesmo que não queiram). 
O cérebro e o corpo delas, quando atinge certos valores de fadiga ou desgaste físico, vai abaixo, apaga-se automaticamente. 
   Filmes que me passaram pelos olhos: As nove vidas do gato Fritz, Tarzoon - a vergonha da selva, alguns filmes com a Marlene Dietrich, as divas Italianas e... É ingrato abordar com justiça semelhante monólito de som e imagem como a odisseia do cinema. O mundo, nesse capítulo, é grande, e vai da China ao Hawai. Adoro sobretudo os clássicos Asiáticos Indianos, Japoneses, Coreanos e Chineses, sobretudo. Mas há muito mais. Os filmes de desenhos animados, Moebius e outros, e a ficção da Marvel de Stan Lee, com a tropa de heróis improváveis todos poderosos - Hulk, Homem-aranha, Ex-men... E mais cinquenta, entre heróis e vilões. 
   Partindo do princípio que cada filme demora à volta de hora e meia a ser visto, bem... 2000 filmes, 2 500 horas de visualização no cadeirão. Isso em dias dá quê! 100 dias não stop? Nada do outro mundo. É preciso é que as costas aguentem.
   Mas a vida não é só feita de filmes. Também o é de programas, e o meu canal de referência hoje em dia é o NHK, Japonês. É o que está a dar com qualidade, bem gosto, novidade e exotismo. Infelizmente tenho que dizer que os canais temáticos mais carismáticos, como o Odisseia, a National Geografique, blá-blá, não valem nada nos dias que correm. Demasiada violência (mil maneiras morrer) e outras incongruências com actores demasiado visíveis para as cenas que estão a gravar, e para os quais não tenho pachorra nem paciência. 
   Isso talvez por ter prateleiras repletas de DVD´s com esse tipo de programas, gravados há anos, quando tinham qualidade, em vídeo, e depois regravados para digital. Podia (e devia) deitar o cabo abaixo durante pelo menos dois ou três anos para curtir os meus arquivos, muito mais interessantes do que o que está a passar agora.
Agora falemos doutra coisa: de musica, para não variar. Não da musica dos outros, da minha. 
   A musica que está a dar na rádio neste momento não vale um caralho: Batida, Noiseheart, e outras bandas esquisitas ou pimponas, de gajas com vozinhas mimalhas (muito na moda - os filhos mandam nos pais) Brasileiras e Angolanas. Depois de séculos de colonização, chegou a hora de ser colonizado pelos pretos e indígenas da Amazónia. Colonizado e comprado. 
   Os pretos de Angola e os Chineses estão a comprar tudo, com dinheiro de origem duvidosa. E pela primeira vez na história da democracia, responsáveis envolvidos em negócios mafiosos estão a ser postos na balança da justiça (e a verdade seja dita) já não era sem tempo. 
   O tempo tem estado irreconhecível, sempre a mudar, com variações violentas de temperatura e aspecto no céu, com formatos de nuvens que nunca vi por cá. O mar também está a subir, e só é travado à pedrada, com milhões de toneladas de rocha na praia. Mesmo assim, agora que o Inverno está a bater à porta, os vareiros de Paramos que falem sobre as noites de terror por que passam, quando vêm as marés vivas acompanhadas por tempestades diluvianas, roncando de forma tão vigorosa que ouço o som aqui em minha casa, a mais de cinco quilómetros de distância: até escrevi e compus uma musica sobre isso - "Raios e coriscos" - é como se chama. Embora preferisse chamar-lhe "Ragnarock", expressão da ferocidade do gigante Adamastor mal-humorado na junção de dois oceanos. 
   A praia, como a conhecíamos, vai desaparecer do mapa a breve trecho. Mais de metade já foi à vida, e é ver os foliões a monte, quase uns em cima dos outros, por falta de espaço, imagem que me faz lembrar uma pequena colónia de leões marinhos em cima duma rocha a apanhar sol, assediados por outros que também querem subir mas são facilmente repelidos. No caso dos humanos, é a colocação das toalhas demasiado juntas, de tal maneira que uma pessoa quer deslocar-se e não pode (a menos que lhes passe por cima) bloqueando o acesso à saída, numa falta de educação evidente e tipicamente Portuguesa - a comentada falta de civismo.Além de ter sido o ano da virologia pura, também o foi no Sol e no Mar. No caso de Sol receio que o buraco de Ozono esteja escancarado, pelo aspecto do céu e das nuvens, e os políticos andam caladinhos nesse assunto. O mar, além de estar a ser o novo servidor de serviço do vento, que mudou de direcção de Norte para Noroeste e traz muito mais humidade que o habitual, provocando uma pluviosidade anormal e de gota grossa.
É possível, na minha modesta opinião, que a Terra possa ter oscilado pelo acréscimo de instabilidade na superfície, isto é, com o aquecimento global e o respectivo degelo acelerado das calotas polares e dos Polos, o mar subiu e continua a subir, havendo assim uma muito maior quantidade de peso líquido a balançar e a fazer pressão na crosta, e toda essa água doce é também muito mais facilmente evaporada pelo Sol, proporcionando o acréscimo de chuva e tempestades a que temos assistido nos últimos tempos. Mas o mais preocupante não é tão evidente, e poucos o vêm. 
   Nas férias deste Verão reparei num pormenor preocupante (aliás, foi a minha mulher que me chamou a atenção para o facto) e é o seguinte: vi ondas a andarem de lado, isto é, em vez de virem na direcção da costa corriam paralelamente a ela. É sabido que o excesso de água doce no mar emperra a engrenagem que faz mover as correntes marinhas, e isso altera drasticamente o clima (o que já está a acontecer). 
   Não sou nenhum profeta da desgraça; estou apenas a assinalar e a apontar factos que a todos dizem respeito (ou deviam de dizer) embora a maior parte das pessoas esteja mais preocupada em ter uma vida boa e o resto que se lixe. Quem cá ficar que se amanhe como puder: sempre foi assim no mundo dos seres de carbono. Queimam muito e de forma indiscriminada, sem prestar a devida atenção ao futuro.
   Às vezes penso se valerá a pena preocupar-me com o mundo onde vivo (o planeta Terra), porque no caso da minha e do país onde moro e trabalho não vale. Não vou dizer porquê (os factos estão à frente do nariz de toda a gente, embora se esforcem por fazer de conta que isso não é verdade, ou se é, é passageiro). 
   Tenho medo do futuro (da acção humana). O homem, em tudo o que toca, destrói. Parece uma criança mimalha e inocente, que faz o que lhe passa pela ideia, irreflectidamente, exageradamente, estupidamente. E tenho ainda mais medo da natureza.
   Em Agosto, o Guimarães deu-se ao trabalho de aparecer cá em casa, depois de o convidar a colaborar comigo na minha musica. Trouxe a guitarra e improvisou como pôde no que lhe era apresentado (contendo algum espaço) para ele poder tocar qualquer coisinha. Malhou no baixo no "Malhão na Serra do Marão", tocou duas pistas de guitarra eléctrica (e dele e a minha) no "Trabalhador independente", mais dois pequenos trechos de solo ao piano, com autorização para o partir, mais uma pista no "Rajastão na Mira". Deve ter gostado da visita e repetiu (com a namorada), o que me deixou muito feliz, ficando combinado que nas minhas próximas composições deixasse espaço para ele tocar, porque vem novamente a casa dos pais no Natal, e estava numa de aparecer para continuarmos a curte. Trouxe também um piano de sopro para me testar a resistência. Apanhou-me de surpresa, mas vai agora. Montei-a, tocamos durante cinco minutos e parei. Ele ficou escandalizado por ter sido tão pouco tempo, mas tocar flauta não é tocar viola. E sou demasiado objectivo para perder muito tempo com trivialidades, brincadeira que está no youtube para quem quiser ver.
   Apanhei o vírus da gripe e estou um tanto ou quanto entupido. Cantei muito durante toda a semana passada em - "Espinho - A cidade mais peripatética do Universo", a pensar no Guimarães, em dois ritmos e bateria diferentes, três pistas, texto complicado (ao princípio) e enviei duas versões ao Guimarães através do facebook. Ainda não respondeu, deve ter andado muito ocupado no fim-de-semana. No princípio do mês enviei-lhe a "roda viva", musica estranhamente religiosa e cheia de efeitos especiais para ele ir digerindo.É o que tenho programado para o tempo que ele poderá dispor para isso (na minha ideia, claro). 
   Apareceu também o filho do Sr.Barros, vidraceiro, interessado nuns discos. É capaz é de não estar interessado no preço, uma vez que ainda não disse nada. A mim também não interessa.
   Se esta galiqueira se libertar da bronquite que me está a querer assolar, estava interessado em começar mais duas musicas - "My blues" em Inglês, e a outra é sobre o meu trabalho na sapataria, ambas a falarem do meu modo de vida. A ideia é ir para a sapataria com o equipamento e gravar o ambiente: martelada, atendimento ao público, som do rádio omnipresente e máquinas (fraise e escovadeira) como material de abertura, e fundo (tapetes mecânicos? - why not). A musica depois se verá, mas bateria a sério vai levar (no estúdio B) e quero que tenha características de hard rock. Neste momento devia de as ter de musica para praticar yoga. Na prática, só há uma semana é que estou a trabalhar em pleno, depois de quase duas de Verão e meses de chuva quase diária, e intensa. Um desastre para a minha actividade, e o calçado Chinês. Agora o forte são sapatilhas, formato desagradável de trabalhar devido à característica dos componentes; tecido, têxteis e napa.
   Como a história já vai longa, fico por aqui. Vou só ver se vejo uma imagem fixe para fechar a porta, e dizer "até breve".
   

   
  


 
    
        

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Outono

                                 Outono

Esta imagem magnífica não reflecte o clima que temos tido. Está tudo a mudar. O planeta está rabugento, e estrebucha por tudo e por nada. Temos tido, num único dia, as estações do ano a desfilar na passerelle do Tempo. Mas quem liga a isso? 
As pessoas vivem em sofisticadas cavernas modernas e movem-se em veículos insonorizados, não se expõem ao tempo. O tempo é para os sem-abrigo, os ambientalistas e os amantes da natureza.
Neste ano do vírus, nunca vi uma diversidade tão grande de novos insectos na área, isto sem falar nos residentes - moscas variadas, pulgas, carrapatos, baratas, bichos-de-conta... E o eterno rato voltou a dar problemas.
Tenho feito umas musiquetas nos últimos tempos, o pior é editar. Estou a ficar com os olhos cada vez mais fracos, e fazer pontaria às pistas é cansativo. Ainda por cima não tenho um auxiliar, o que torna a tarefa bastante cansativa: se não é o gosto e a vontade de fazer alguma coisa interessante, quase que o melhor era dedicar-me "ao surf?". Hum... 
Tenho andado a reeditar algumas das minha músicas: onde retoquei "Momiji", um extracto em Japonês. Espetei-lhe com mais uma série de sinos e percussões Asiáticas - da Índia à Indonésia.
Despejei para dvd´s hoje mais de vinte filmes, em vários formatos (MKV - MP4 - AVI), mais uma dúzia de documentários Japoneses (o NHK é o meu canal preferido neste momento, directamente de Tóquio), vi "O guerreiro e a feiticeira - com David Carredine, e à tarde fui para o pinhal do castelo da Feira apanhar
medronhos e curtir a natureza em estado bruto. Cogumelos nem vê-los, com o calor dos últimos dias. Mesmo assim disparei à direita e à esquerda, sobretudo em fungos tipo meio circulo. Já que estou a falar nisto, até gostaria de ver um bem tracejado.
Fui buscar a imagem sem editar. O dia esteve bastante encoberto e a luz estava fraca, mesmo assim vê-se perfeitamente o que eu queria dizer.
O medronho que apanhamos (grande parte do chão) era de fraca qualidade. Mesmo assim cheguei a casa e puz-me a trabalhar nele. Acabou em papa. 
A sobremesa do jantar foi: uma colher de medronho, meia colher de compota de maçã, um dióspiro médio e um cheirinho de bagaço com mel, tudo muito bem mexido, well... Uma compota parecida com a água do Rio Congo. Cheia de nutrientes. E o sabor? 
À coisas difíceis de definir. E uma delas é esta. Nunca provei nada igual, e duvido que muita gente gostasse disto. Também certo é que apanhei mais dum quilo e tenho um grande frasco cheio até à borda no frigorífico, para não fermentar. O medronho é famoso pelo seu grande poder de fermentação rápida. 
Fui à inspecção com a carroça e passou: a carroça é Toyota Corolla com quarenta anos de existência e algumas cicatrizes, e rola normal. Há quem lhe chame clássico, eu chamo-lhe sucata com rodas. Para mim todos os carros são um incómodo. Eu compreendo o Sr. Honda, quando disse que o maior desejo dele era proporcionar um carro a cada ser humano. Mas acho que o Sr. Honda não estava a ver bem até que ponto a humanidade cresce e aumenta a cada dia que passa. Na verdade começa a haver gente a mais neste Mundo, e eventualmente o vírus que surgiu neste Verão em África - o Ébola - seja uma espécie de retaliação à raça humana. 
Too much people. And the animals?
O trabalho tem sido muito pouco. Enquanto choveu qualquer coisa, há quinze dias, estive razoavelmente ocupado. Depois veio esta vaga de calor e shau. Aproveitei e tratei de restaurar o letreiro, proteger o quintal com chapas de zinco guardadas, e sobretudo inspeccionar as paredes, porque estavam a entrar ratos em casa. Acabei por detectar o problema, ocasionado pela substituição total do telhado. 
No canto sudoeste, o serralheiro deixou uma abertura significativa entre o telhado e a parede, suficiente para passarem ratazanas, e apesar de haver toda uma tropa de gatos na área e da parede interior ter sido forrada a rede fina e espuma de polioretano (trabalho feito por mim) um entrou. Isto faz-me fazer uma analogia com o estado politico e social do nosso país: a entrada e saída de ratos no poder estatal.
Não ligo às notícias, aos políticos, ao futebol ou à casa dos segredos (big brother-little brother). Não ligo às mulheres porque tenho uma que me satisfaz. Não ligo ao dinheiro, que só traz desgostos e degradação. 
Sex, drugs and rock´n´roll podia continuar a ser a imagem de marca, mas a caminho dos sessenta anos isso será normal? ihi-ihih... A mim parece.
A vida é bela (Bellini) e está na nossa mão acreditar que algo melhor estará para vir. O curioso é que ao longo da minha (como curioso) nunca vi nada acontecer. Para dizer a verdade, hoje em dia está pior do que quando nasci. Muito pior.
Oh Adamastor! Não ia um snackezinho? 
Um Coelhinho/Seguro/PortaPaulista/Cavaquista/com palito no fim? Aposto que ia...


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

                                                  FEIRA DE ESPINHO II

Isto é cabaça Tailandesa, com propriedades medicinais. Também serve para fazer percussões. A casca é dura, eu que o diga. Tem a cor das vestes dos monges Budistas. 
Já não cozinhava à anos, muitos anos, e aproveitei esta deixa e a falta de trabalho para fazer o jantar. 
O resultado foi uma caldeirada de sabores e texturas na boca que nunca senti, e o bacalhau com soja e outros truques perdeu o sabor (da maneira como o conhecemos). Vou comprar (e plantar) esta cabaça. A mulher já tratou de guardar sementes para a Primavera.



Já tinha saudades de vir à feira. Deixo a abordagem ficar sempre para o fim (por volta das cinco da tarde) quando começam a pensar em carregar as carrinhas. 
É a melhor altura para regatear. e conseguir o melhor preço possível. 



O que mais fascina neste ambiente são as cores e os cheiros. A subtileza da vida, a vitamina...



Neste Outono meio fim de Verão, surgem finalmente as vitaminas que interessam. Tardiamente, mas "voilá". Sobretudo alguns tipos de ameixa, maçã (claro), uva, pêra, pêssego, figo, romã, castanha, maracujá...


Este dá a impressão de não ter vendido grande coisa. As bancas estão cheias, e os ananases atrás dele dão a sensação de serem bombas da segunda guerra Mundial prestes a caírem e explodirem, depois dele acabar de lascar as narinas e fazer faísca.



A luz do nosso mundo latino-luso-atlântico é boa. E temos muita. É pena é não ser mais aproveitada pela sociedade em geral. Há como que um convénio de interesses que não deixam o mundo girar da melhor maneira. Os interesses camuflados dos ricos, e a interdependência que criam com as suas manigâncias de poder e controlo, que todos afectam e passam despercebidas, como se fosse ocorrências casuais imprevisíveis e inconsequentes. 
Vai um melão?

terça-feira, 30 de setembro de 2014

                                   FEIRA DE ESPINHO  I

A feira tinha três vezes o comprimento que tem hoje, e nalgumas áreas era muito mais larga, sobretudo onde está agora o tribunal da cidade.
Com promessas, subterfúgios e outras mentiras, tudo fizeram para acabar com ela. Mas não conseguiram.
Vê-se a alma dum povo nas feiras.



Feirantes com estilo fazem realçar o brilho da chapa das panelas, alguidares, frigideiras e talheres com uma passadeira vermelha. 



Chapéus há muitos, palerma. 
Felizmente a maior parte das pessoas escapa ao insulto porque nunca usou chapéu. E não sabe o que perde. 
Chapéu dá estilo.



A feira tem algo de imutável, de eterno. Claro. 
Quem tem barriga tem fome, e é nela que se pode comprar um pouco de tudo que se cultiva, fabrica e produz nesta área. 
É uma espécie de microcosmo popular, onde os lavradores, artesãos e pescadores, vão partilhar os seus produtos com a sociedade.
E no fim ficam todos felizes (não sei se acredito nesta observação).



A cor e tridimensionalidade do espaço são desopilantes para o espírito. O mesmo deveria de acontecer com os cheiros, mas infelizmente este ano está muito fraco nesse capítulo: muita chuva e humidade não deixam as plantas atingir a plenitude odorífera normalmente acessível a quem anda no meio da natureza: como nós.



Adoro a leveza dos tectos de lona (como um Beduíno do deserto da Líbia). 
O primeiro tecto da minha casa era igualzinho a este amarelo (mas mais resistente); infelizmente uma invasão de ratos, usando os ramos de kiwi do vizinho que chegavam até ao telhado da minha casa, acabaram com ele, correndo, dançando, cagando e mijando durante toda a noite, como B-52 fratricidas a levantarem voo de alguma pista de aviação anónima neste mundo. 



Este ano quase não vamos precisar de feijão porque a mulher plantou muito. Mas não deste vermelho. 
Gosto deste vermelho com pernil, por exemplo.
Feijão faz bem à tripa cagueira, e nunca na vida tive tanta flatulência suave e quase independente como agora. Hás vezes quase tenho medo de me cagar involuntáriamente pelas pernas abaixo, mas acho que é imaginação minha. O metano é que não é, mas é irrelevante (em comparação ao feijão seco).


  
Gosto desta imagem quente e reconfortante. Apesar de já não comer pão fora de casa há anos.
Só numa festa ou outra a que vá, como um pouco.
Há anos a mulher apercebeu-se que o pão que comprávamos e comíamos todos os dias (como toda a gente) não prestava. Estava cheio de fermento e não era saudável. A partir dai começou a cozer o seu próprio pão, com sementes. 
Agora pedi-lhe para fazer uma série de experiências com farinha de cereais diferentes, porque estou com problemas de dentes e gengivas; um pouco mais de fermento e farinha de trigo, para começar. Criar uma massa que se aproxime da sêmea. 
No entanto gostei do aspecto destas regueifas.



Isto é cabaça Tailandesa. 
Como se pode ler no cartão, tem propriedades medicinais (segundo diz o sobrinho do vendedor que é médico e trouxe as sementes da Tailândia). Este semeou e aqui está o resultado. 
Vou comer metade ao jantar de hoje, embora ainda não saiba muito bem como abordar semelhante produto. Vai é acompanhado por pimentões malagueta. 
A noite vai ser escaldante.


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

                                       Feira de Espinho

A feira semanal de Espinho, depois dum declínio forçado, com trabalhos de campo que nunca mais acabavam (situação social tipicamente Portuguesa) é única.



Todas as segundas-feiras milhares de pessoas passam por aqui. A maior parte são curiosos que não compram nada, mas mesmo eles não resistem à tentação de querer qualquer coisinha. Os outros vêm atrás de iguarias e produtos que só aqui existem em grande variedade (sobretudo frutas e legumes) e é regatiável. 



Há algo de libertador neste tipo de ambiente. 
As feiras, desde os primórdios do tempo, sempre foram magnetite para a raça humana. 
Há algo que atrai as pessoas às feiras, e esse algo é a novidades. Com o desenrolar das estações, todo o tipo de produtos hortícolas e fruta rolam ininterruptamente nas bancas, semana após semana, como as ondas do mar ao fundo da encosta.


  
  Conheço esta feira desde que nasci, e quando fui para o secundário foi aqui, em Espinho, que tive de estudar, porque não havia mais nenhum estabelecimento de ensino perto de minha casa. A feira para mim era uma passagem para a outra margem, mas demorava a passar, curioso a olhar para todos os lados, e apreciava algumas guloseimas que não podia comprar quando tinha 11, 12, 13 anos. Sobretudo um cone de natas, hoje horrível, mas na altura desejado como um presente dos Deuses.



 Este é o homem do mel. E mel é coisa que ultimamente tenho consumido aos litros, devido à humidade. 
Desta vez trouxe de urze. É 50 cêntimos mais caro, mas é mais selvagem. E selvagem mi gusta.
Tenho bastante a mania de fazer uma mistura de cerveja, vinho e mel, quando faz frio (e por vezes quando não faz tanto assim). É o meu hidromel. Dá-me é cabo da vesícula. E põe-me irascível com tudo e todos. Uma lástima.



A feira é de toda a bicharada, e a maior parte devia estar noutro continente, mais quente.
É triste ver seres sequestrados da sua terra e vendidos como escravos para glaúdio de macacos pensadores burros com barba na venta. Pouco inteligente. Essa gente não sabe que a National Geographic fornece esse tipo de serviço de graça ao domicílio? Ou quase de graça. 
Hoje em dia, de graça. só o ar. Até ver.



E talvez alguma marihuana, no meio de tanta semente para periquito. Metem bastantes de cânhamo.
Sendo a semente o princípio da vida, devia de ser idolatrada! Acho que sim. Como Jesus e Allah. Acho mesmo que até mais. Pelo menos faz mais pelos seres vivos do que esses "santos" acomodados e sem sentido.



Se o homem moderno se quiser agarrar a alguma coisa, que se agarre aos tomates. Está a perdê-los, talvez devido à radiação emanada dos telemóveis e ipod, tablets e portáteis, relógios electrónicos e escuta nas orelhas.


Até os ratos de computador (e outros) podem ser subservientemente nefastos (ou desagradáveis) quanto baste. Os melhores ratos são os que ficam para o fim.



Aqui temos uma amostra da cutelaria... global? Deve haver um pouco de tudo nesta confusão, menos lâminas do Japão. Isso é de certeza.



Vou ficar por aqui hoje, com esta louça sortida para todos os gostos. Continuo amanhã, com mais bancas carregadas de fruta, ferragens, flores e breeebleddeeedeedee..de.

domingo, 28 de setembro de 2014

OUTONO 2014
Quando dá, passeamos, a pé.
Este Outono está a ser moderado. Claro que ainda está a começar e aproveitamos todas as deixas para caminhar, fotografar a natureza (sobretudo) e respirar o ar fresco da nossa terra, desanuviada pelos toscos que só sabem andar de carro. Mais um bocado e estamos no Inverno. 
Este ano está a passar a correr como o TGV de Tóquio, e a necessidade de recolectar suprimentos para o frio torna-se uma prioridade. Com o passar dos anos sinto um estranho magnetismo que me atrai para a terra, para o mundo vegetal e mineral. E para a fruta deixada ao desleixo nos pomares abandonados da freguesia. 
Se me deixassem gerir uma quinta que eu cá sei, haveriam duas grandes festas por ano. 
A Mãe-Terra é quem manda. 
E a especulação monetária mundial.
A sociedade moderna é escrava do dinheiro. Não se pode passar sem ele. Se não tens és um desgraçado, e até podes morrer à mingua. No entanto a sobrevivência está na tua mão, na terra que te rodeia, na tua vontade de te mandares para a frente e a trabalhares. Eu sei que é duro trabalhar a terra, mas num ambiente caseiro, com um terreno de comprimento moderado, tanque de lavar a roupa à mão perto, humm... A reciclagem é uma prioridade, e vale tudo. A Mira que o diga (a minha mulher). É ela quem marra com tudo isso (eu dou apoio psicológico) e trabalha três vezes mais do que eu. Mas diz ser feliz assim. 
Para o macaco é como viver no paraíso (com o Inferno à porta).
As pessoas estão cada vez mais gordas, nunca vi tantos gatos na vida como agora (desde que os comecei a adoptar) e a vida animal está a regressar ao abandono a que estão a deixar as terras: o ano passado vi um esquilo no castelo, e este ano um casal de milhafres no Cerrado. Há décadas que ninguém via nada disso por aqui. Isso é bom e eu gosto, mas por outro lado mostra o desleixo a que estão a deixar a propriedade e a terra cultivável, desprezada por nenhum motivo de maior: mantê-la saudável e rentável não é nada do outro mundo. Apenas pela vontade do dono ou do herdeiro (sobretudo, habitualmente, dos herdeiros) é que ela não dá frutos. 
Nada se compara à comida produzida por nós próprios, colectada e cozinhada por nós. Sabemos o que estamos a comer. 
  
Esta corola de margarida parece um bolo de fios d´ovos da Ria de Aveiro. Curioso. Apetece comer. O vinho doce do ano foi mais carmesim do que o habitual, acompanhado por tarte de maçã da quinta. Acho que nunca comi tantas maçãs como este ano. Estão saborosas, sobretudo os malapos de casca de sapo.
Esta cabeça de pinha de proteia é fôfa, e é difícil ser específico em relação ao que poderá parecer. 
Gosto deste tipo de impasse perceptivo; é aconchegante.
Como o amor.


O mundo está a mudar, mas a percepção da sociedade anestesiada pela urbanidade e cibernética não se apercebe do tal: a não ser na internet (sem grande convicção). Tudo o que era bom no passado são agora memórias no arquivo do tempo.
A sociedade desenraizada e manipulada pelo sistema desumanizado e frio, ferve de raiva, mas não reage. O povo é velho e mole, orgulhoso e convencido dos seus valores cheios de bolor, mas dono da terra. E não dá chance a ninguém de mudar o que quer que seja. Está-se bem como se está: é quanto basta. 
Num mundo cor-de-rosa.

domingo, 21 de setembro de 2014

Hoje, domingo, pensei que ia ficar em casa por causa do clima. Deitado na cama olhava para fora da janela, e só via nuvens e mais nuvens, sempre a mudarem de cor e feitio, mas enganei-me.
Levantei-me sem pressas e apercebi-me que estava muito mais quente do que ontem; pelo menos mais quatro graus.
Comi uma sopa e decidi ir dar uma volta pela fonte e pelo pinhal, para gastar umas horas ao ar livre e esticar as pernas. Acabei num pomar abandonado a apanhar maçãs para fazer tartes e compota para o Inverno, e fiquei desolado com o ambiente. 
Via a toda a volta macieiras e mais macieiras carregadas, toneladas de maçãs, e o chão coberto doutras tantas, a maior parte ainda boas para aproveitar (nem que fosse para os animais - galinhas, porcos, etc.) e penso no desperdício de tão boa fruta numa sociedade em crise - embora saiba que hoje em dia a maior parte das pessoas não come fruta.


sábado, 20 de setembro de 2014

O blogue é como um caixote onde a gente arruma algumas ideias ou memórias (para a posteridade - pelos vistos) e acho muito bem.
Eu pessoalmente gosto dele, porque dá espaço para explanar todo o tipo de maluqueiras que nos possam vir à cabeça, e não se paga mais por isso. Claro que geralmente sou mais reservado e escrevo no meu próprio espaço, mas de vez em quando dou um ar da minha graça com noticias que não interessam a ninguém, e acho graça.
Finalmente tive cá em casa um velho amigo, e músico, para me dar uma mão: o Guimarães. Durante duas meias tardes desbundou o mais que pôde nas músicas que teve tempo de ouvir, ao baixo, à guitarra, e com a dele, uma viola de blues clássica. Volta no Natal para mais uma rodada - se possível preparada a pensar nele (dar-lhe espaço para tocar de forma mais controlada e descontraída).
Apesar de tudo fiz mais umas musiquetas nestes últimos meses (fora os arranjos do Guimarães, já editados) e apresento "O trabalhador independente", "Raios e coriscos", "Mira no Rajastão", "Toureando" e "A criatividade". A partir daqui vou compor a pensar na contribuição que o Guimarães prometeu dar no Natal, e eu acredito nele. Penso começar com "A roda viva", texto religioso-místico, e logo se verá o que vai sair. Isto depois de me passar a infecção que apanhei numa gengiva e me pôs o lado direito da cara como um melão.
Estou também com este take a experimentar o blogue, visto no passado ele me estar a dar seca, e eu não tenho tempo a perder com caprichos de programadores de máquinas. Tenho mais que fazer e quem manda na minha vida sou eu, não nenhum computador, embora admita o envolvimento consciente que se tem com ele, e a dependência inequívoca, assumida ou não. O mundo, tal como o conhecemos, já não pode passar sem ele (e isso é mau). Basta uma forte tempestade electro-magnética para desactivar todos os sistemas electrónicos do planeta, e provocar o caos.
É bom estar de volta.