sábado, 28 de fevereiro de 2015

OS DIAS CRESCEM?


   Aqui a Lua parece estar com falta d´ar. Se repararem, a meio, parece estar de boca aberta, a arfar.
   Os dias estão a crescer com a aproximação do Sol neste hemisfério, a terra agradece (e eu - farto de frio) e Inverno, queria partir para outra (com blues). My blues. 


   Este macaquito bem poderia ser eu ou tu no galho duma árvore (última pintura da Mira, ainda a ser trabalhada), abrigado da intempérie nos braços duma Medusa vegetal imponente e majestosa.  


   Adoro estas castanholas de fava. Posso dizer com propriedade que o Inverno tem sido razoavelmente benevolente, e a prova está na qualidade deste vegetais. A sociedade está muito pior, e a recessão parece não ter fim (o que se torna chato). Ainda por cima os pulhas começam a perder o respeito e toda a gente rouba toda a gente. Como é que dizem os Americanos? - Dog eat dog. É isso. 
   Fui tomar café, e com os clientes do costume na área, à saída, o meu guarda-chuva tinha desaparecido. Triste de constatar.  


   Estas flores são o farol da Primavera para mim. São flores de ameixoeira-roxa selvagem, e despontam quase um mês antes de qualquer outra similar. Está a crescer e todos os anos a fotografo. Este ano faço-o com o céu da cor dela.
   O sol aquece a terra e o vento sopra do Norte de África em rajadas esporádicas. A madeira das paredes da casa range de vez em quando, como o casco duma caravela, sinónimo de que o tempo está a virar.
   Estou com saudades de passear ao ar livre numa boa. 


   Hoje à tarde estas cores vivas chamaram-me à atenção no quintal (e claro) sai máquina fotográfica. O resultado foi muito feliz, e... excusez-moi. 
   Estou a ser grosseiro ao não vos apresentar a flor da ervilha. La voilá. 
   No meu imaginário parece uma camponesa Japonesa de kimono à chuva.


   Portugal, um país bestial, com um clima espectacular e um povo que se compra por dez tostões, ao mesmo tempo que é roubado e explorado pelos ricos de forma quase descarada, e no fim fazem de conta que não viram nada, ou não se lembram, e vão votar novamente no mesmo que os enrabou anteriormente. É doentio, sádico e completamente estúpido. 
   As naus do futuro deviam ser construídas (de derivados de cortiça) e lançar os saloios todos para o Espaço numa viagem sem retorno.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

CARNAVAL 2015 NA MINHA TERRA


   Este é o nome da minha terra, o único credível (fora do alcance dos vândalos). Foi aqui que nasci, mas não tenho muito orgulho em aqui viver. Mas gosto da minha TERRA. Tudo o resto é paisagem.


   Este é o Guilherme Tell da banda (ou será Robin Hood)? Se veio com ideias de caçar alguma coisa, vai (de certeza) de mãos vazias para casa. 
   Nunca vi Carnaval mais miserável na minha vida. Nem um foguete ao ar lançaram. E só ouvi em todo o dia o rebentamento de uma bombinha de criança.


   Depois de dias de chuva, nevoeiro e frio, veio o Sol com céu azul. Impossível ficar em casa, depois de dias passados na cama (coitadas das minhas costas).
   Pelo andar da carruagem já imaginava que não ia ver nada de especial, então decidi ir de tele-objectiva. Como uma tele-objectiva é para fotografar a grandes distâncias, imaginem o filme. A distância mínima mostra o que geralmente não vimos: e dá para rir com o inesperado (a impossibilidade de fotografar tão perto).
   Aqui temos o vizinho do Pião a tentar dar a entender que morrer à fome não morre. Cria coelhos.


   Esta é a rainha do Carnaval deste ano. Simpática e generosa.


   Estes são uns habilos porreiros, "cara-podre" claro, mas cool. 
   Amostras facetadas num Universo a preto-e-branco. 
   E cheios de sede. Olhem só para a boca ressequida deste meu! Ou será algum efeito especial no lábio inferior!


   O melhor é fazer como este gato branco. Fechar os olhos a tanta vacuidade. Mas acreditar sempre que amanhã vai ser melhor que hoje. 


   É aqui que nos separamos até à próxima.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

EXPOSIÇÃO DE GRAFISMO

EXPOSIÇÃO GRÁFICA NA BIBLIOTECA


   A curiosidade natural do homo sapiens arrasta-me para este tipo de maneira de estar na vida.



   O grafismo, como arte, tem tanto de visual como de matemático. A abordagem à forma é usar a simetria para criar padrões geométricos e (se possível) tridimensionais (como o Dali adorava fazer). 
Actualmente, com a utilização do computador, este género é bastante acessível a qualquer curioso que queira brincar aos artistas.


Este é outro exemplo, mais colorido, proto-humano. É como olhar através da retina duma libelinha ou dum louva-a-deus, duma mosca ou duma aranha-saltadora, dum choco ou falcão peneireiro. Boa visão têm esses, sobretudo o falcão peneireiro (para não falar no speed do mergulho).


Está-se bem neste local (parabéns biblioteca de Santa Maria da Feira) e a roupa é para nos proteger do frio lá fora. Há muitos anos que não fazia tanto frio. É pena é não haver mais movimento neste tipo de infra-estruturas. Eu mesmo gostaria de expor aqui, mas não compensa o trabalho, com a sociedade descapitalizada ao máximo. Talvez num próximo futuro (quem sabe). Eu gostaria, e tenho muitas pinturas para mostrar. A minha mulher tem outras tantas (ou mais, do que eu) fora o resto do "circo". Literatura, poesia, música, fotografia...
Acorda Portugal, e aproveita a próxima Primavera para crescer saudável e próspero (se te deres ao trabalho de vergar a espinha).