segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Outono

                                 Outono

Esta imagem magnífica não reflecte o clima que temos tido. Está tudo a mudar. O planeta está rabugento, e estrebucha por tudo e por nada. Temos tido, num único dia, as estações do ano a desfilar na passerelle do Tempo. Mas quem liga a isso? 
As pessoas vivem em sofisticadas cavernas modernas e movem-se em veículos insonorizados, não se expõem ao tempo. O tempo é para os sem-abrigo, os ambientalistas e os amantes da natureza.
Neste ano do vírus, nunca vi uma diversidade tão grande de novos insectos na área, isto sem falar nos residentes - moscas variadas, pulgas, carrapatos, baratas, bichos-de-conta... E o eterno rato voltou a dar problemas.
Tenho feito umas musiquetas nos últimos tempos, o pior é editar. Estou a ficar com os olhos cada vez mais fracos, e fazer pontaria às pistas é cansativo. Ainda por cima não tenho um auxiliar, o que torna a tarefa bastante cansativa: se não é o gosto e a vontade de fazer alguma coisa interessante, quase que o melhor era dedicar-me "ao surf?". Hum... 
Tenho andado a reeditar algumas das minha músicas: onde retoquei "Momiji", um extracto em Japonês. Espetei-lhe com mais uma série de sinos e percussões Asiáticas - da Índia à Indonésia.
Despejei para dvd´s hoje mais de vinte filmes, em vários formatos (MKV - MP4 - AVI), mais uma dúzia de documentários Japoneses (o NHK é o meu canal preferido neste momento, directamente de Tóquio), vi "O guerreiro e a feiticeira - com David Carredine, e à tarde fui para o pinhal do castelo da Feira apanhar
medronhos e curtir a natureza em estado bruto. Cogumelos nem vê-los, com o calor dos últimos dias. Mesmo assim disparei à direita e à esquerda, sobretudo em fungos tipo meio circulo. Já que estou a falar nisto, até gostaria de ver um bem tracejado.
Fui buscar a imagem sem editar. O dia esteve bastante encoberto e a luz estava fraca, mesmo assim vê-se perfeitamente o que eu queria dizer.
O medronho que apanhamos (grande parte do chão) era de fraca qualidade. Mesmo assim cheguei a casa e puz-me a trabalhar nele. Acabou em papa. 
A sobremesa do jantar foi: uma colher de medronho, meia colher de compota de maçã, um dióspiro médio e um cheirinho de bagaço com mel, tudo muito bem mexido, well... Uma compota parecida com a água do Rio Congo. Cheia de nutrientes. E o sabor? 
À coisas difíceis de definir. E uma delas é esta. Nunca provei nada igual, e duvido que muita gente gostasse disto. Também certo é que apanhei mais dum quilo e tenho um grande frasco cheio até à borda no frigorífico, para não fermentar. O medronho é famoso pelo seu grande poder de fermentação rápida. 
Fui à inspecção com a carroça e passou: a carroça é Toyota Corolla com quarenta anos de existência e algumas cicatrizes, e rola normal. Há quem lhe chame clássico, eu chamo-lhe sucata com rodas. Para mim todos os carros são um incómodo. Eu compreendo o Sr. Honda, quando disse que o maior desejo dele era proporcionar um carro a cada ser humano. Mas acho que o Sr. Honda não estava a ver bem até que ponto a humanidade cresce e aumenta a cada dia que passa. Na verdade começa a haver gente a mais neste Mundo, e eventualmente o vírus que surgiu neste Verão em África - o Ébola - seja uma espécie de retaliação à raça humana. 
Too much people. And the animals?
O trabalho tem sido muito pouco. Enquanto choveu qualquer coisa, há quinze dias, estive razoavelmente ocupado. Depois veio esta vaga de calor e shau. Aproveitei e tratei de restaurar o letreiro, proteger o quintal com chapas de zinco guardadas, e sobretudo inspeccionar as paredes, porque estavam a entrar ratos em casa. Acabei por detectar o problema, ocasionado pela substituição total do telhado. 
No canto sudoeste, o serralheiro deixou uma abertura significativa entre o telhado e a parede, suficiente para passarem ratazanas, e apesar de haver toda uma tropa de gatos na área e da parede interior ter sido forrada a rede fina e espuma de polioretano (trabalho feito por mim) um entrou. Isto faz-me fazer uma analogia com o estado politico e social do nosso país: a entrada e saída de ratos no poder estatal.
Não ligo às notícias, aos políticos, ao futebol ou à casa dos segredos (big brother-little brother). Não ligo às mulheres porque tenho uma que me satisfaz. Não ligo ao dinheiro, que só traz desgostos e degradação. 
Sex, drugs and rock´n´roll podia continuar a ser a imagem de marca, mas a caminho dos sessenta anos isso será normal? ihi-ihih... A mim parece.
A vida é bela (Bellini) e está na nossa mão acreditar que algo melhor estará para vir. O curioso é que ao longo da minha (como curioso) nunca vi nada acontecer. Para dizer a verdade, hoje em dia está pior do que quando nasci. Muito pior.
Oh Adamastor! Não ia um snackezinho? 
Um Coelhinho/Seguro/PortaPaulista/Cavaquista/com palito no fim? Aposto que ia...


Sem comentários:

Enviar um comentário